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terça-feira, março 06, 2012

Shame.

Shame. Vergonha. Hábito.Força.Cinzento. Opaco. Esmagador como a propria cidade.

Hoje quando vivemos em cidades meio loucas de velocidade e néons, chegamos a uma fase da historia onde cada dia que passa cada um anda mais fechado no seu habitat e nos seus habitos mais primários.
Temos passos pela cidade, carros a andar, ambulancias. Vozes ao fundo, temos roupas, temos o custo de tudo e nao temos o valor de nada. Só nós. É verdade. Sinto-me que sim. sim, sinto-me que sim mesmo. sinto-me como todos os predadores que existem nesta metropole. todos somos predadores de algo. Do habito a ter algo certo, que só temos desta forma, que queremos sempre mais"do produto".
Seja essa produto carne, droga, prazer, um cigarro, uma estrada.
Pequenos estranhos num metro, dois olhares, uma mão que toca na outra, alguem que foge do que mais quer. Hoje mais que nunca vivemos, ou caímos no "viver" na alegoria do escorpiao e do sapo... mesmo que nos mate, somos levados a isso. levados por nós mesmos,levados pela sociologia, pela psicanálise, pelo patrão que é um tarado fala barato,pelo vicio proprio do prazer.
Não sei o futuro, se viveremos um dia todos em pequenas aldeias, onde temos a nossa pre-destinada e ficaremos a vida a separar o trigo do joio. Se nos renderemos aos caprichos da carne a ponto de nos por contra os proprios principios. Que principios?...A Carne? o Sabor?..a honra?..O Belo?..
Talvez nunca haverá uma explicação para o capricho carnal, a sociedade é erotica, é bela, é perigosa, é isolada em cada um de nós e só voando para fora da metrópole teremos essa paz em nós mesmos?..
Possivelmente não, tal como o alcoolico que deixa a bebida por anos, terá sempre a tendencia para voltar. Tal como quem trai uma vez..irá trair mais mil vezes.
O filme é apenas uma metáfora de quem viu as ruas, conheceu as pessoas, de quem fez uma cidade incrivelmente bela,onde todos cabemos, onde todos andamos "running up that hill" de luzes foscas a 40 á hora numa cidade estonteante.
Acendi eu tambem um cigarro quando cheguei á rua. O filme está cá fora, nas nossas vidas e nas ruas. Se algum dia iremos fugir dessa vergonha ou de nós mesmos, duvido.
...dias consecutivos que se falam de essencias e "mudanças"..parece que engulo as proprias palavras ao sair deste filme.
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será que o sentido predador em cada um de nós nunca irá mudar?..será que um filho ou uma filha nos trarão a tal razao de ver e o centro do mundo em torno do qual devemos girar?.. quantos "comprometidos"com filhos tambem nao caçam apenas por caçar?..tantos.

Não é o trair o outro, é até que ponto somos nós capazes de nao nos entregarmos ao prazer rapido facil e egoista. Mas se sabe bem, é porque está correcto dizem..um teórico ou alguem parecido questionou porque sao as coisas que mais nos sabem bem que nos põem mais luzes difusas?..o ser humano é assim, o equilibrio virá do largar esses mesmos prazeres?..nada prova que um dia nao volte a tocar no"pecado".. auto-comiseração poderá ser pensado.. mas quando isso fere de morte quem mais queremos, quando toca no mais profundo afecto que temos, seremos nós dignos de tal capricho/desejo?

Não podemos ter o melhor de dois mundos, porque a dor e a vergonha está cá dentro.
não tem de ser o compromisso, pode ser um beliscão na nossa redoma de habitos e confortos que se toca, e explodimos. E saímos como loucos em busca de whisky's, pancada, sexo, droga...

ninguem nos disse que o Belo é algo que é bom, pois nao?!

nao há resposta. é humano o desejo. cerebral, fisico ou divino todos nós temos os nossos vicios que lá no fundo nos envergonham. porque se nao sentirmos nada assim, é porque nao é suficientemente bom.

disse.
com metade do que desejava ter dito.

1 comentário:

Catarina disse...

You can run, but you can´t hide! ;) gostei! *

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